top of page

Bibliologa

O QUE É A BÍBLIA


Em um tempo muito remoto, a Bíblia era um “tabu” para o povo cristão, reservado a poucos efeitos, que a estudavam mais com espírito crítico do que pastoral; mais para alimentar a própria inteligência do que para alimentar a alma.

Na Bíblia, Deus fez-se a palavra, revelou-se a si mesmo, como antes se revelara na criação, e manifesta ao homem o plano de misericórdia e amor. Na Bíblia manifesta-se a vontade inefável de Deus.

A Bíblia é a história da salvação, a história da intervenção de Deus na vida e no desenvolvimento do homem. “Ele quer que todos se salvem…”, (I Tm 2.4).

A Bíblia não é só um livro, mas muitos livros, uma coleção, cuja unidade consiste no seu argumento comum e na história sobre humana. É de livros santos que a Bíblia se compõe, porque dentro de sua grande variedade, eles coincidem em se tratar de religião, tendo um objetivo essencialmente religioso. Chama-se “Livros Santos” ou “Sagrados”, porque ensinam a fé tanto judaica como cristã; não foram escritos por meros talentos humanos, mas sob especial inspiração divina.

É dessa origem sobrenatural que a Bíblia recebe a sua dignidade de “Livro por Excelência”, e o seu lugar único na vida dos povos. Ela é, com efeito, o fundamento e o alimento da fé para todos os povos cristãos e nenhum outro livro do mundo pode ser a ela comparado.

É coisa maravilhosa descobrir que em toda a Bíblia a mão de Deus é que opera e conduz, age e deixa de agir, indica e manda anunciar, promete e admoesta, e serve-se de tudo e de todos para atingir à salvação através de Jesus Cristo.

Qualquer fiel sinceramente apegado à sua religião, tem-na, por assim dizer, constantemente à mão, para nela encontrar conforto em todos os momentos da sua vida. “Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nela a vida eterna e são elas que de mim testificam”. (Jo 5.39).

A Bíblia é em religião o que o telescópio é em astronomia. Ela conduz a vista para os novos mundos, abre as mais lindas visões e, nos sistemas onde pensávamos que houvesse somente escuridão, ela revela brilhantes luzes.

A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Seu autor é Deus. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Seu assunto central é Jesus Cristo. Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para com Deus. Sendo a Bíblia a “Revelação de Deus, ela expressa a vontade de Deus. Ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade. Alguém corretamente declarou, com muita pressão:

“A Bíblia é Deus falando ao homem, é Deus falando através do homem, mas é sempre Deus falando”.


Deus fala de muitas maneiras, (Hb 1.1-2)

Pela sua criação, (Sl 8.3)

O universo físico é a prova visível da sabedoria, do poder, da glória e das leis de Deus. Os céus revelam a Glória de Deus, as Escrituras revelam a sua grandeza e a alma reflete a Sua graça. Jesus Cristo é a plenitude de Deus entre os homens.

b) Pela nossa consciência.

Também conhecida como “voz secreta da alma”, e que tem a função de aprovar ou

reprovar nossos atos, (Jo 8.9; Rm 2.15-16).

c) Por meio de Seu Filho

Jesus Cristo falou com autoridade porque tinha consciência de agir como Filho

eterno de Deus, e não apenas como um pregador. Os apóstolos não duvidaram da

autoridade das Suas decisões, no que importava a expansão do cristianismo, sob inspiração do Espírito Santo, porque tudo o que Jesus Cristo fazia estava predito nas Escrituras. Note-se como peremptoriamente Jesus respondeu ao tentador com o tríplice “está escrito”, (Mt 4.1-11).


2. A aprovação da Bíblia por Jesus.

Jesus usou a palavra escrita para instruir e confortar Seus discípulos, (Mt 11.2-5).Jesus usou palavra escrita para repreender os Seus inimigos, (Mt 21.15-17).Jesus usou a palavra escrita para combater as heresia, (Mt 19.3-6).Jesus usava-a quando orava, (Jo 17.8). Nós também devemos usá-la. Se quisermos vencer, devemos orar, (I Jo 5.14-17).Jesus usou-a no evangelismo em massa, (Mt 11.7-10).Jesus usou-a no evangelismo pessoal, (Jo 3.1-15). Nós também devemos usá-la, (At 8.30-37).Para combater o tentador, Jesus também usou a palavra escrita (Mt 4.7), por meio do Espírito Santo, que é terceira Pessoa da Trindade eterna. O Espírito Santo renova e unge os cristãos, a fim de torná-los testemunhas eficazes do Evangelho, (JI 2.28-29). Este evento foi escrito em 800 a.C., durante a primeira parte do reinado de Jóias, nos dias do sacerdote Jeoiada. Pela unção do Espírito Santo, o cristão é orientado e preparado para uma vida vitoriosa e de utilidade para o bem espiritual de seus semelhantes.

Deus manda pelo Espírito Santo mensagens de encorajamento e conforto para nos ajudar a vencer, (Jo 1.32). Assim como a pomba choca os ovos até que apareça a vida, isto é, os seus pombinhos, assim também o Espírito Santo fez aparecer a vida sobre o mundo caótico; primeiro a erva, depois árvores frutíferas (Gn 1.11-12), até que por fim o homem foi criado, (Gn 1.26-27).

O Espírito Santo é soberano. Ele quer dirigir tudo na obra de Deus e Ele faz, conforme a Palavra de Deus, que foi inspirada por Ele mesmo, (II Pe 1.21). O vento é indispensável para a polinização das flores, pois ela é feita pelo vento que leva o pólen de uma flor para a outra, dando assim as condições para a fecundação da flor e, em seguida, a frutificação. Da mesma forma, o vento do Espírito Santo sopra a pregação da Palavra de Deus sobre os testemunhos e sobre os cânticos.

Enfim, sobre tudo que fizermos pela direção do Espírito Santo (Is 55.11), podemos comparar com At 11.19-21;14.1;16.14-15. O fogo nunca diz basta. Assim também o Espírito Santo sempre estará falando com o cristão, incentivando-o a se entregar a Deus para alcançar sempre maiores bênçãos, (SI 104.4; Lc 12.49).


COMO SURGIU A BÍBLIA

Os homens inspirados por Deus escreveram em II ™ 3.16-17 e I Pe 1.10-11, que Deus é conhecido, segundo a Bíblia, não porque os homens, nos seus esforços intelectuais O descobriram, mas porque o próprio Deus se revelou. Homens de outras religiões falam das comunicações diretas com seus deuses e das mensagens que deles recebem para transmitirem ao povo a que pertencem, mas é só a Bíblia que apresenta as revelações verdadeiras, persistentes e coerentes, que apela cada vez mais à razão e à natureza espiritual do homem.


1. Vejamos em linhas gerais a distinção entre a Revelação e a Inspiração.

Revelação = É a obra exclusiva de Deus. É a comunicação do conhecimento da Sua pessoa, se Seus propósitos e da Sua vontade. O homem é incapaz de descobrir, pelos poderes de seu próprio intelecto, estas verdades divinas. É o processo pelo qual Deus se faz conhecido ao homem.Inspiração = É o termo que descreve, no sentido bíblico, a habilitação dos escritores que produziram a Bíblia, (II Pe 1.21). A inspiração significa a atuação do Espírito de Deus no espírito de homens idôneos, escolhidos para receberem e transmitirem as mensagens da revelação divina, (Rm 16.25; I Co 14.26).

No mundo em que vivemos, estamos rodeados de livros que nos ensina preciosas lições para a vida material; contudo, é na Bíblia que encontramos a legítima procedência de uma mensagem para a vida eterna, (Jr 1.9-12; Lc 1.1-4).

A Bíblia é a revelação objetiva de Deus, da Sua pessoa, de Seus atributos, da Sua natureza, de Seus pensamentos e ações. Sua mensagem santifica (Jo 17.17), fortalece (SI 119.28), esclarece (SI 119.30), regenera (I Pe 1.21) e limpa (Jo 6.23).


2. A Bíblia é o livro divino. Por ser o livro divino, ela traz em suas páginas um conteúdo maravilhoso.


A Bíblia fala das três pessoas da Trindade: Pai, Filho, Espírito Santo e fala também de Satanás.A Bíblia fala de três lugares: Céu, Terra e inferno.A Bíblia fala de três povos: judeus, gentios e igreja.A Bíblia fala de dois caminhos: para o Céu e para o inferno.A Bíblia fala de dois destinos: salvação e perdição.A Bíblia fala de um Salvador: Jesus Cristo.

OS ESCRITORES DA BÍBLIA


Foram cerca de quarenta os escritores da Bíblia. A palavra escrita de Deus nos foi dada por canais humanos, e também a Palavra Viva, Jesus Cristo, (Ap 19.13). Esses escritores pertenceram a variadas profissões e atividades, escreveram e viveram distantes, em épocas e condições diferentes. A Bíblia foi escrita num período de 1600 anos, isto é, desde 1500 a.C., quando Moisés começou a escrever entre as trovoadas do Sinai (Êx 17.14), até 97 d.C., quando o apóstolo João (ele mesmo um “filho do trovão”, Mc 3.17), escreveu o Evangelho na Ásia menor. Todos os autores escreveram inspirados pelo Espírito Santo.

Há na Bíblia um só plano, o qual de fato mostra que havia um só Ser divino, guiando os homens; isto garante a unidade da revelação e do ensino. A Bíblia é uma verdadeira biblioteca de 66 pequenos livros, divididos em duas “prateleiras”, iguais em valor. Uma prateleira contém 39 livros e a outra, 27.

Chamamos estas “prateleiras” de Antigo Testamento e Novo Testamento. É necessário que fiquemos bem esclarecidos a respeito do autor da Bíblia: se ela é de autoria de Deus, será para todos os homens, porém, se é dos homens, devemos procurar outro livro.


1. As origens da Bíblia.

Duas são as origens da Bíblia, que é a palavra de Deus: a humana e a divina, ou seja, a natural e a sobrenatural. Vejamos a primeira, que é a origem natural.

Entre os cerca de quarenta homens que foram usados por Deus, através do Espírito Santo, para escrever as letras sagradas da Bíblia, encontramos o nome de Moisés (Êx 17.14; 24.3-7). Jesus Cristo mesmo testificou de que Moisés escreveu, (Jo 5.46). Existem referências às crônicas de Samuel, Natã e Gade, (I Cr 29.29). Em provérbios, capítulo 1.1 e 25.1, há uma referência ao autor, que é Salomão. Sabemos que Daniel escreveu a sua profecia, (Dn 7.1). No Novo Testamento também alguns livros se referem aos autores, como por exemplo: Lc 1.1-8 e At 1.1. Poderíamos citar muitos outros. Acreditamos que a vida e caráter desses homens devem ser estudados para que possamos compreender mais facilmente todos os seus escritos.Vejamos agora, de forma sintetizada, a origem sobrenatural das Sagradas Escrituras. Embora tivesse havido tantos escritores, a unidade, simplicidade e singularidade da Bíblia nos mostra, de uma forma bem clara, que houve uma só mente atrás de todas: “a Mente Divina”.


“Toda Escritura é divinamente inspirada”, (II ™ 3.16). É como a construção de um grande prédio, em que muitos operários estão empregados; cada um sabe o seu ofício, porém todos dependem da mesma planta do prédio, ou seja, o plano do arquiteto.

Podemos dizer que a Bíblia é humano-divina porque contém estes dois elementos. Sendo humana, está sujeita às leis de línguas e literatura; sendo divina, pode ser compreendida por homens espirituais.


Os autores humanos oferecem variedade de estilo e matéria. O Autor divino garante a unidade de ensino e revelação. Os autores se referem à Bíblia em partes. O Autor divino refere-se à Bíblia como um só livro. A existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação, sua composição, preservação e transmissão, só pode ser aceita como um milagre de Deus. Na Bíblia não há erros e nem contradições. Há sim, dificuldades de compreensão, interpretação, tradução e aplicação, mas isso do lado humano, devido à nossa relativa incapacidade em todos os sentidos.

Quanto mais estudamos a Bíblia, tanto mais observamos que, no meio de uma grande diversidade, ela se revela uma unidade perfeita que o leitor superficial não percebe. A Bíblia não é um volume grande. Pode até ser conduzida no bolso do paletó. Todavia, há mais verdades neste pequeno livro que em todos os outros que o homem tem produzido em todos os séculos. Como explicar isso? É que a Bíblia não veio do homem: veio de Deus, (Jo 8.32).


O CÂNON SAGRADO DA BÍBLIA

A palavra “cânon” significa “cana”, cana de medir (Ez 40.3 - medida oficial). Significa também “catálogo”, “relação”. A coleção inteira dos livros encerrados na Bíblia é também chamada de “cânon” ou “escrituras canônicas”, e qualquer livro da Bíblia isolado, diz-se que pertence ao “cânon” ou é “canônico”. O início da formação do cânon ocorreu em 621 a.C., quando foi encontrado o Livro da Lei, por Hilquias. Esse livro foi reconhecido pelo rei, pelos profetas e sacerdotes e mesmo pelo povo, como um dos livros da Lei, que a nação se comprometeu a obedecer, (II Rs 22.11). Antes de Orígenes, as verdades reconhecidas pela Igreja eram chamadas “cânon”. Os livros da Escritura, que se dão pela fé, passaram a ser chamados de “cânon” ou de “modelo pelo qual os outros livros ou declarações pudessem ser julgados”.


No cânon hebraico, os livros não estão na ordem cronológica. Os judeus não se ocupavam com um sistema cronológico. Cremos haver nisso um plano divino. A nossa divisão em 39 livros do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento e vem da Septuaginta, através da Vulga Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feita do hebraico para o grego, em cerca de 285 a.C., vem da famosa tradução.

A formação do cânon foi gradual. Convém ter em mente aqui que toda a cronologia bíblica é apenas aproximada, mas vai sendo mais exata, à medida que os estudos avançam e a arqueologia fornece informações oficiais. Por volta de 1491 a.C., Moisés começou a escrever o Pentateuco, que foi incluído cerca de 1451 a.C., (Êx 17.14). Alguns eruditos pensam que certas passagens do Pentateuco foram acrescentadas posteriormente, como Êx 11.3; 16.35 e Dt 32.48 a 34-12.


Josué, sucessor de Moisés, escreveu uma obra que colocou diante do Senhor, por volta de 1443 a.C., (Js 24.26). Samuel, o último juiz, e também profeta do Senhor escreveu por volta de 1095 a.C., pondo a seus escritos perante o Senhor, (Is 10.25). Isaías, cerca de 770 a.C., fala do livro do Senhor, (Is 29.18); conforme II Cr 29.30, em 726 a.C., os Salmos já eram contados por Jeremias, cujo livro foi queimado pelo Rei Jeoaquim, em 607 a.C..

Ele recebeu a ordem de Deus para preparar outro rolo, que foi feito com a ajuda de Baruque, (Jr 36.1-32). Daniel refere-se aos livros que eram os rolos Sagrados da Bíblia de então, cerca de 533 a.C., (Dn 9.2). Zacarias, cerca de 520 a.C., já declarava que os profetas que o precederam falavam da parte do Espírito Santo, (Zc 7.12).

Encontramos profetas citando outros profetas, no que se infere já haver mensagem escrita, (MI 4.1-3 com Is 2.2-4). Josefo, historiador judeu que viveu cerca de 37-100 a.C. e foi contemporâneo de Paulo, conta os livros do Antigo Testamento como sendo 22, porque considera Juízes e Rute, como um, e Jeremias e Lamentações também. Isto certamente para coincidir com o número de letras do alfabeto hebraico.

Nos dias em que Jesus estava entre nós desenvolvendo aqui o Seu ministério, esse livro chamava-se Escritura (Mt 26.54), e tinha três divisões: Lei, Salmos e Profetas, (Lc 24.44). Era também chamado de “Palavra de Deus”, (Mc 7.11).

O cânon do Antigo Testamento foi reconhecido e fixado em 90 d.C., em Jânnia, na Palestina, isto é, depois de muitos debates. O concílio foi presidido por Johanan Ben Zakai, que apenas ratificou aquilo que era aceito por todos os judeus através dos séculos.

A Bíblia faz referência a livros desaparecidos. São casos que só Deus conhece o segredo, (Nm 21.14).


1. O cânon do Antigo Testamento.

O cânon hebraico é diferente do nosso: é de 24 livros, embora contenha os mesmos livros colocados na seguinte ordem:

Lei - Cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.Profetas - Oito livros: Josué, Juízes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e doze profetas menores.Escritos - Onze livros: Rute, Salmos, Provérbios, Cantares, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas. Do acima exposto, concluímos que cada parelha dos livros de Samuel, Reis e Crônicas eram um livro só, Esdras e Neemias eram um só, e os doze profetas menores um só, estes 24 livros do cânon hebraico são exatamente os mesmos 39 livros do nosso Antigo Testamento, escrito originalmente em hebraico. Pequenos trechos como Esdras capítulo 4, versículo 8 ao capítulo 6, versículo 18; capítulo 7, versículos 12 à 26; Daniel capítulo 2, versículo 4 ao capítulo 7, versículo 28; e Jeremias capítulo 10 versículo 11, foram escritos em aramaico que é o mesmo que siríaco. Note o seguinte texto:

“Então disseram Eliaquim, Sebna e Joá a Rabsaqué: Pedimos-te que fales em aramaico aos teus servos, porque o entendemos, e não nos fale em judaico aos ouvidos do povo que está sobre os muros”.

Depois do cativeiro babilônico, os judeus passaram a falar aramaico, que era a língua falada por Jesus Cristo e seus discípulos, embora também naquele tempo já se conhecesse o “Koiné” (comum), idioma popular dos gregos. Algumas palavras no idioma persa também se encontram no AT, como “satrapa” (Ed 8:36; Dn 3.2), e outras.


2. O Antigo Testamento se divide em quatro grupos.


a) Lei - Cinco livros chamado “Pentateuco”: Gênesis, Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio.

b) História - Doze livros: Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

c) Poesia - Cinco livros também chamados “poéticos”: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.

d) Profecia - São dezessete livros: Divide-se em:

Profetas Maiores (cinco) = Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.Profetas Menores (doze) = Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Obs: A classificação acima se fez por assuntos e vem da versão Septuaginta, através da Vulgata. Não leva em conta a ordem cronológica dos mesmos. Mesmo dentro dos livros, não existe uma ordem cronológica exata.


3. O cânon do Novo Testamento.

A ordem dos 27 livros do Novo Testamento como a temos em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva em conta a sequência cronológica. Como no Antigo Testamento, os livros que compõem o cânon do Novo Testamento foram escritos, aos poucos, por homens inspirados por Deus. Sua formação levou, pelo menos, 100 anos, isto é, cerca de duas gerações.

Naquele período surgiram muitos outros escritos heréticos e espúrios, com pretensão de autoridade apostólica. Por causa disto, o reconhecimento canônico demorou muito. Isto ocorreu no III Concílio de Cartago, em 397 d.C.. Nessa ocasião, foi reconhecido e fixado definitivamente o Cânon do Novo Testamento.

Podemos dizer que houve um amadurecimento de cerca de 400 anos. As epístolas de Paulo, que são treze, de Romanos a Filemom, foram os primeiros escritos do Novo Testamento, que ocorreu entre 52 a 67 a.C.. Pedro chama os escritos de Paulo de “Escrituras”, título aplicado somente à Palavra de Deus, (II Pe 15.15).

Segundo homens abalizados no assunto, as epístolas de Paulo foram os primeiros livros a serem aceitos como canônicos. O livro de Atos dos Apóstolos foi escrito em 62 d.C., no fim da primeira prisão de Paulo em Roma, (At 28.30).

Os Evangelhos Sinóticos foram escritos em 65 d.C.. Podemos dizer que entre Lucas e João foram escritas quase todas as Escrituras do Novo Testamento. Paulo chama Mateus e Lucas de “Escrituras”, ao citá-las em I Tm 15.18, o que confere com a citação em Mc 10.10 e Hb 10.7.

A Epístola aos Hebreus e a de Judas foram escritas em 68 a 90 d.C.. O Apocalipse foi escrito em cerca de 96 d.C., durante o reinado do Imperador Domiciano. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma lista de 27 livros canônicos, idênticos aos que hoje possuímos.

Concluindo essa ligeira síntese acerca do Cânon da Bíblia, podemos afirmar que os judeus cumpriram a sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos, (Rm 3.2).

A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e os ensinos do Senhor Jesus Cristo, bem como Ele, pelo Espírito Santo, inspirou aos escritores Sacros, (Jo 16.12-13).

Existem também livros mencionados no Novo Testamento, até agora desconhecidos, (leia I Co 5:9; Ap 20.12). Os concílios eclesiásticos não deram aos livros sua autoridade divina, mas tão somente reconheceram que eles a possuíam e a exerciam. Cada livro canônico irradia de si mesmo sua autoridade divina.

Há 27 livros classificados em quarto grupos: Biografia, História, Epístolas e Profecia. Foram escritos em Koinê, idioma comum dos gregos, levado por Alexandre a quase todo o mundo existente.

Biografia – São os quatro Evangelhos. Os três primeiros (Mateus, Marcos e Lucas), também são chamados “Sinópticos”, devido ao paralelismo entre eles. Os Evangelhos eram conhecidos na Igreja Primitiva como “O Evangelho”. A razão de haver quarto Evangelhos se compreende pelo seguinte:

Mateus: Escrito em hebraico, se dirige aos judeus e apresenta Jesus como “O Messias”.

Marcos: Se dirige aos romanos e apresenta Jesus como “O Rei Vitorioso e vencedor”. É o menor deles.

Lucas: Escrito aos gregos, apresenta Jesus como “O Filho do Homem”. É o mais complete.

João: Se dirige à Igreja e apresenta Jesus como “O Filho do Deus”. É o mais espiritual.

História – É o livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja Primitiva.Epístolas – São vinte e uma. Vão de Romanos a Judas. Contém a doutrina da Igreja. Subdividem-se da seguinte maneira:

Eclesiásticas – São nove, dirigidas à Igreja. De Romanos a II Tessalonicenses: Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses e II Tessalonicenses.

Individuais – São quarto, dirigidas a indivíduos. De I Timóteo a Filemon: I Timóteo, II Timóteo, Tito e Filemon.

Coletivas – A Carta aos Hebreus. Dirigida aos hebreus cristãos.

Universais – São sete, dirigidas a todos, indistintamente. De Tiago a Judas. Embora II e III Joao sejam dirigidas a pessoas, se enquadram aí. Tiago, I Pedro, II Pedro, I Joao, II Joao, III Joao e Judas.

Profecia – É o livro do Apocalipse. Trata da volta pessoal do Senhor à Terra e das coisas que precederão esse glorioso evento.

Obs.: Os livros do Novo Testamento também não estão em ordem cronológica. Os escritores orientais não são como os ocidentais detalhistas e cronológicos. Escrevem como se o assunto tratado fosse do conhecimento de todos. O Leitor que trate de arruma-los.

Esse é um dos milagres da Bíblia: Deus não usou o homem como uma maquina. Conseguiu fazer, ao estilo de cada um, com que Sua Palavra fosse escrita sem contradições ou erros. Aleluia!

43 views0 comments

Recent Posts

See All
bottom of page